Ice Bar BC: a experiência em beber abaixo de zero
O pitoresco leque de atrações em Balneário Camboriú já teve de tudo um pouco. Vira e mexe, os empreendedores da cidade criam mecanismos para atrair turistas e faturar mais com o fluxo de pessoas que anualmente chegam em Balneário Camboriú. Já teve de tudo um pouco. Os mais antigos lembram da famosa “Ponte do Rio que Cai”, no extinto Shopping de Verão na Barra Sul. Já ouve tempos que os parques de diversões na região Central, como o Parque Tupã, era umas das mais tradicionais atrações do verão na praia. Mas há pouco mais de um ano, um empreendedor em específico resolveu montar um bar. Até aí tudo bem, há centenas de bares na cidade, mas como atração, esse empreendedor quis ousar um pouco mais e montou um bar de gelo, com temperatura média de – 18º Celsius.
Bar de gelo tem todo tipo de bebida e temperatura média de -18 graus.
Estamos falando de Ademar Schneider, que já foi secretário de turismo da cidade e atua há mais de 25 anos no ramo da hotelaria. Ademar e seu cunhado fundaram na cidade um food park, que são praças de alimentação formadas por trailers de lanche e os famosos food trucks, que virou moda em todo o país. O Food & Park Barra Sul é um local agradável, na Avenida Normando Tedesco, nas margens do Rio Camboriú e muito próximo da Praia Central, na Avenida Atlântica.
Uma localização formidável. Lá eles fizeram uma estrutura de bar, banheiros confortáveis, mesas, atrações artísticas e os trailers e food trucks garantem a alimentação, mas de acordo com Ademar, ainda faltava algo mais, uma espécie de cereja do bolo. Foi quando teve a ideia de montar uma estrutura de bar de gelo numa das áreas do terreno do food park, assim nascia o Ice Bar BC, o bar mais gelado de Santa Catarina e quem sabe do país.
A convite do proprietário, vivi esta experiência etílica na noite de Balneário.
Eu estive representando o Viva Balneário numa noite destas e fui conferir de perto a gélida e etílica atração das noites de Balneário Camboriú. O custo por pessoa para visitar o Ice Bar BC é de R$ 50,00 e o bar tem pelo menos dois ambientes. O primeiro é para aclimatação. Numa sala com temperatura que varia entre 4º e 6º C, você fica alguns minutos e logo vai se agasalhando com roupas especiais para entrar na parte mais gelada do bar. Neste ambiente, para manter o corpo quente, o pessoal já começa a servir aos clientes pequenas doses de bebidas mais quentes, como licores e aquela cachacinha abençoada com mel, banana e outras iguarias. Após esta aclimatação e já devidamente vestido e protegido contra o frio intenso, abre-se a porta do salão principal do famoso bar de gelo.
Lá dentro o frio é de lascar, com temperatura média de -18º C e o ambiente é decorado com esculturas de gelo, bancos de gelo, paredes de gelo, balcão de gelo, enfim, você está literalmente numa fria. A opção, como todo bar, é beber, não é? Vamos lá então, beber em… copos de gelo. Há todo tipo de bebida quente. Vários tipos de vodkas, tequilas, uísques, cachaças e outros. Minha primeira opção foi tomar uma tequila. Com aquele ritual todo, mas na hora do limão… fiquei conversando com o dono do bar tanto que esquecemos que a coisa tem que ser rápida e o gominho de limão virou pedra.
Agraciado pelo anfitrião conheço a taça onde o “mé” será servido.
Confesso que o frio estava me incomodando e não somente me concentrei na tequila, mas fui tomando uma dose de vodka aqui, um uísque ali, nestas horas é muito fácil entender o porquê da razão da existência do povo Russo, se não fosse a boa e velha tequila, seria impossível aguentar temperaturas tão baixas que eles tem por lá meses e meses do ano. Por aqui, a solução é manter o corpo aquecido, pois a junção do frio da câmara fria mais todo o ambiente de gelo, dão sensação de frio muito maior do que os -18º do relógio digital que fica dentro da sala. Tentar aguentar o máximo lá dentro só desta forma, mas mesmo assim, há opções para quem não bebe nada de álcool.
A diversão é essa, você vai com um grupo de amigos e tira tantas fotos quiser (se conseguir ficar muito tempo com a mão fora da luva) e beber o quanto aguentar, mas o principal é quanto tempo consegue aguentar em ficar numa temperatura tão baixa como do bar de gelo? Bem, eu me achava forte, acabei ficando meros 15 minutos dentro da parte mais gelada do bar de gelo. Segundo os proprietários, o máximo que as pessoas podem ficar é 30 minutos, mas é muito raro alguém conseguir ficar tanto tempo sob temperaturas tão baixas, mesmo com as devidas proteções. No verão que pode virar um inverno de lascar, o que me sobrou é voltar para a sala de ambientação e tomar algo menos empolgante, como um copo de chocolate quente…
O mostrador marca -18 graus na câmara fria, mas a sensação é muito maior de frio.
Ice Bar BC para turistas
O Ice Bar BC aceita grupos de amigos e tem leva e traz nos hotéis da cidade.
Não somente moradores chegam no bar de gelo, mas sim uma grande leva de turistas. O idealizador, Ademar Schneider, explica que com sua experiência hoteleira de alguns anos, o fez ir de hotel em hotel da cidade deixando panfletos e fazendo parcerias entre os hotéis. A parceria garantiu fluxo de clientes para todo o ano e o bar de gelo hoje não tem apenas clientes em massa durante a temporada, mas fora dela, com o trabalho formiguinha de levar e buscar os turistas interessados nos hotéis da cidade.
A ideia deu certo e todas as noites, o bar de gelo tem sua clientela garantida. Não funciona apenas nas segundas-feiras, mas durante o resto da semana, a diversão e o frio são garantidos pela imensa câmara fria que engloba o bar mais gelado da cidade, mas com o coração mais quente. Lembranças? Bom, na recepção há uma lojinha com souvenirs e você também pode levar para a sua casa, aquela fotografia todo encasacado empunhando um copo de alguma bebida. Mas vem cá, o bar só serve bebidas alcoólicas? Não, tem também opções de bebidas sem alcool.
Serviço
Rua 4000, nº 133 – Anexo ao Food & Park Barra Sul
Horário de funcionamento: de terça a domingo a partir das 19h.
Ingressos: R$ 50,00 (adultos) R$ 25,00 (menores)
Contato: +55 (47)9999-73537 (com Ademar)
Rafael Weiss
Jornalista, sócio do Viva Balneário, pós graduado em Jornalismo Empreendedor, músico ocasional, trabalha com assessoria de imprensa e marketing político desde 2000.
